NATAL ... e por ser a data em que normalmente as famílias se juntam, nada melhor que festejar o acontecimento com as mais deliciosas iguarias próprias da época.
Cada País, cada região, cada família tem os seus hábitos próprios quanto à gastronomia para a Ceia de Natal e Dia de Natal. Eu não conheço os hábitos natalícios brasileiros, por isso vou cingir-me a:
Em Portugal, a Ceia de Natal tem um prato de excelência. O bacalhau, ingrediente dos mais típicos da cozinha portuguesa, é o rei das mesas natalícias e marcará presença na maioria dos lares. Será cozido e acompanhado com tudo a que tem direito - batatas, grão, cenouras, couve portuguesa (também chamada couve galega, tronchuda ou penca) e ovos, tudo muito bem regado com o bom azeite português. E a acompanhar decerto não faltam os bons vinhos e sumos para a criançada.
Em algumas regiões do País também se serve polvo cozido, mas não sei como é confeccionado (além de que é cozido, claro).
A anteceder a ceia e durante toda a quadra festiva, não falta uma mesa de servir, recheada daquilo que até os olhos comem – toda a variedade de frutos secos, rabanadas, filhoses, arroz doce, broas de mel e bolo-rei, etc., etc. Tudo aquilo que a imaginação e o bolso podem abarcar, estará presente e constantemente reposto.
A acompanhar estas delícias, estão sempre à disposição licores e deliciosos vinhos abafados.
O almoço do dia de Natal é normalmente reservado para os assados: Perú, que antigamente era criado e reservado especialmente para esse dia e nos dias actuais se encontra em qualquer supermercado e em qualquer época do ano, cabrito, cordeiro ou borrego assado, ou mesmo outras carnes, galo ou galinha, porco ou coelho. O acompanhamento são batatas, assadas junto às carnes ou em separado. Também podem acompanhar uns belos grelos de couve ou feijão verde cozidos. Eu particularmente, gosto de acompanhar o assado com puré de batata e ervilhas estufadas. E, para acompanhar estas delícias assadas, continua-se com bom vinho ou opta-se por espumantes.
Para o jantar - como durante todo o dia se come, não há muito que fazer – o que sobrou do almoço e também o que sobrou de véspera – com o que sobrou do cozido de bacalhau faz-se uma deliciosa roupa-velha.
Há quem troque estas refeições, preferindo a roupa-velha para o almoço e servindo os assados ao jantar. Depende dos hábitos da família, ter as refeições mais leves ao almoço ou ao jantar.
Mas não é só falarmos nestas iguarias, vamos ver como se fazem alguns destes pratos.
Bacalhau cozido com todos, creio que não tem dificuldade e não haverá em qualquer família, quem não saiba fazer.
Vamos então passar adiante e ver como se faz a:
Este prato, aproveita as sobras de bacalhau, batatas, couves e ovos de véspera. (Normalmente já se cozem a mais precisamente para sobrarem).
- Limpa-se o bacalhau de peles e espinhas e desfaz-se em lascas.
- Cortam-se as batatas às rodelas grossas e as couves em pedaços. Os ovos em rodelas.
- Picam-se cebolas e alhos e refogam-se em azeite (generosamente) e com uma folha de louro.
- Adiciona-se o bacalhau, as batatas e a couve, rega-se com um pouco de vinagre (eu gosto do de sidra), tempera-se com pimenta moída na altura e salteia-se.
- Coloca-se na travessa de servir, põem-se por cima os ovos e azeitonas, quem gosta salpica com salsa ou coentros e se necessário põe-se mais azeite.
Se tiverem sobrado cenouras e grão também se podem juntar ao saltear.
Pronto, é só comer … e chorar por mais.
E agora, vamos ver duas receitas – perú assado e borrego assado.
Como a minha culinária caseira é pouco sofisticada, vou apresentar-vos as duas receitas, retiradas de óptimos sites de culinária:
Ingredientes
- 1 Perú de 4 ou 5Kg
- 1Kg sal
- 2 Cálices de aguardente velha
- 3 Limões
- 8 Dentes de alho
- 100g de margarina
- 2 Cebolas médias
- 1 Folha de louro
- 250g de bacon
- 1 Colher de sopa de pimenta
- 1 Colher de sopa de colorau
- 2 ou 3 Laranjas
Preparação
Depois de arranjado, pega-se no perú, coloca-se num alguidar e tempera-se com o sal, os dois cálices de aguardente e os limões às rodelas. Em seguida cobre-se o perú com água fria. Deixa-se assim durante um dia.
No dia seguinte, retira-se o perú da água e seca-se bem, por dentro e por fora, com um pano.
À parte, prepara-se uma pasta com o alho, a margarina e o colorau. Barra-se o perú, por fora, com essa mesma pasta.
Coloca-se o perú barrado num tabuleiro ou assadeira, juntamente com as cebolas descascadas, o bacon em fatias, a folha de louro e a salsa. Tempera-se com pimenta e rega-se com o sumo de laranja.
Leva-se o perú ao forno bem quente (240C) durante 20 minutos. Reduz-se depois para 200C. Durante o tempo de cozedura, regar o perú com o molho que se vai formando no tabuleiro.
Para saber quando o perú está assado, usar uma agulha de tricot que se espeta no peito e coxas do perú: se ao retirar a agulha o líquido sair transparente, então o perú está pronto a ser servido.
Ingredientes
- 1 Perna de borrego com cerca de 1800g
- 1500g de batatas para assar
- 2 Colheres de sopa de banha
- 2 Colheres de sopa de massa de pimentão
- 6 Dentes de alho picados
- 1 Cebola bem picadinha
- 125 ml de azeite
- 2 Folhas de louro
- 500 ml de vinho branco
- Sal q.b.
- Pimenta q.b.
- Colorau q.b.
Preparação
1. Numa tigela, junte a massa de pimentão, a banha, metade dos alhos, pimenta e sal. Pouco, porque a massa de pimentão já tem sal. Misture tudo com um garfo.
2. Coloque a perna de borrego num tabuleiro de ir ao forno. Barre toda a perna com a mistura de massa de pimentão. Deixe a tomar gosto durante 30 minutos.
3. Numa tigela, tempere as batatas com sal, pimenta e colorau. Junte os restantes alhos, a cebola e o azeite. (Quem quer [eu ponho] pode juntar legumes - tudo o que se gostar e a imaginação ditar). Mexa e deixe tomar gosto durante 30 minutos.
4. Passados os 30 minutos, coloque no tabuleiro, as folhas de louro e as batatas à volta da carne. Junte o vinho branco ao marinado das batatas, mexa e regue as batatas e a carne.
5. Leve ao forno nos 160º durante 1 hora e meia. A meio do tempo, vire a perna de borrego e se necessário, acrescente um pouco de água para o molho não secar. Depois da carne assada está pronto a servir.
E voltando à minha cozinha simples. Deixo-vos aqui como eu faço as:
Normalmente uso pão cacete médio a pequeno. Não gosto das fatias muito grandes pois partem-se mais facilmente ao embeber no leite. Então vamos lá:
- O(s) cacete(s) cortados às fatias (com, de 1 a 2 cm de espessura).
- Leite, ovos, canela, açúcar e óleo
Põe-se o óleo a aquecer em lume um pouco mais que médio (atenção que o óleo excessivamente quente, altera-se e faz mal à saúde).
Num recipiente fundo coloco o leite onde ponho as fatias de modo que fiquem cobertas.
Depois escorro-as um pouco de modo a retirar o excesso de leite.
Passo-as depois por ovo batido – viro dos dois lados e ponho a fritar. Quando um lado está frito viro-as e depois retiro-as para cima de papel absorvente (papel de cozinha).
Após escorrerem e arrefecerem ligeiramente, ponho-as num recipiente final e polvilho-as com canela e açúcar dos dois lados.
E agora:
Normalmente nunca faço muito de cada vez. Prefiro fazer mais vezes. O meu olho já está habituado para, 1 copo (tipo duralex) de arroz.
Gosto de usar arroz carolino para o arroz doce. Pode ser mania minha, mas é esse que eu gosto.
Num tacho ponho a água suficiente para que cubra o arroz (ponho a olho). Ponho um pau de canela, duas tiras de casca de limão (muito fininhas para não terem a parte branca) e um pouco de sal.
Quando começa a ferver ponho o arroz e baixo o lume.
Quando está quase a secar, acrescento dois copos de leite e deixo ferver e reduzir o leite. Baixo o lume o máximo possível.
Nesta altura, retiro a casca de limão e o pau de canela e vou acrescentando sempre o leite aos copos e mexendo com frequência, principalmente quando o leite diminui para o arroz não pegar.
Após utilizar cerca de um litro de leite, adiciono um copo (a mesma medida do arroz) de açúcar e continuo sempre a mexer e a acrescentar leite. Normalmente mais 2 ou 3 copos de leite.
O arroz deve ficar muito macio.
Depois de cozido, deito numa travessa ou outro recipiente e enfeito com canela.
Há quem ponha gemas de ovo no arroz doce mas eu não ponho. Foi assim que aprendi com a minha mãe e é como se faz na minha Terra.
E pronto, gostaram?
Agora já têm algumas dicas para os pitéus de Natal então, não deixem de comentar e também para quem conhece bem os hábitos natalícios brasileiros. E ...
megar
Redactora